Em sua página, a agência Talent explica da seguinte maneira a sua nova campanha para divulgar o site do Estadão: "Ela expõe, de maneira bem-humorada, os riscos de consultas a sites na internet, e divulga as novidades do site do jornal". Com senso de humor um tanto quanto duvidoso, diga-se de passagem, comparando grosseiramente blogueiros a... macacos.
Carlos Merigo, do Brainstorm 9, escreveu: "Convidar as pessoas para que escolham e contestem suas fontes de informação com bom-senso e inteligência é uma coisa, generalizar de forma preconceituosa um universo que tem poder de construir percepções e destruir reputações num piscar de olhos, é estupidez".
Confira o comercial que originou a crítica feita por Merigo:
Antes que este filme sobre o "blog do Bruno" entrasse no ar, outro comercial anterior dessa campanha, "Ruivos" (que exibe três amigas suspirando por ruivos de aparelho, após terem lido num blog, escrito por um ruivo, que eles costumam ser mais bem-sucedidos do que os outros homens), já havia suscitado reações indignadas na blogosfera.
Gabriel Tonobohn escreveu: "Jornais e revistas online têm um objetivo, que é de apenas informar. Blogs, além disso, dão opinião e possibilitam uma discussão dentro do seu espaço, junto ao leitor. É por isso que muito desses jornais também possuem blogs. Inclusive o próprio Estadão". Luciana Monte complementou: "Em regra, o blogueiro escreve sobre o que tem vontade. Blogueiros não obedecem a um editor-chefe, não têm pauta pré-determinada e seus artigos não sofrem sucessivos cortes para se ajustarem à linha editorial do veículo que paga o seu salário".
Para arrematar, Eduardo Fernandes divulgou hoje em seu blog o banner de uma contra-campanha contra o Estadão (estampado no alto deste post), qualificando a propaganda de "mico do ano" e sugerindo slogans como "Se eles são preconceituosos assim com os blogueiros, imagine com as outras notícias", ou "Não anuncie com quem promove o preconceito".
Não dá pra entender por que o Estadão, que hospeda diversos blogs em seu site, muitos deles merecedores de leituras diárias, como os escritos por Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin e Livio Oricchio, aceitou assinar embaixo de uma campanha que, além de despertar uma polêmica boba, ajudará a perpetuar sua imagem de jornal sisudo e conservador.
Por certo colaboradores do Estadão, como Alexandre Matias, editor do caderno Link, e Pedro Doria, colunista do jornal, ambos blogueiros há longa data, devem ter torcido o nariz para esta campanha, que fomenta a falácia de que a mídia tradicional e os blogs deverão se digladiar (diga-se de passagem: ambos, Matias e Doria, concederam excelentes entrevistas a Julio Daio Borges do Digestivo Cultural).
Repórteres multimídia, jornalistas heavy users de agregadores de feeds e sites de crowdsourcing, blogueiros apurando informações feito os bons e velhos chefes de redação, armados de câmeras digitais, ética, responsabilidade e interatividade com seus leitores.
Fonte:Interney
Carlos Merigo, do Brainstorm 9, escreveu: "Convidar as pessoas para que escolham e contestem suas fontes de informação com bom-senso e inteligência é uma coisa, generalizar de forma preconceituosa um universo que tem poder de construir percepções e destruir reputações num piscar de olhos, é estupidez".
Confira o comercial que originou a crítica feita por Merigo:
Antes que este filme sobre o "blog do Bruno" entrasse no ar, outro comercial anterior dessa campanha, "Ruivos" (que exibe três amigas suspirando por ruivos de aparelho, após terem lido num blog, escrito por um ruivo, que eles costumam ser mais bem-sucedidos do que os outros homens), já havia suscitado reações indignadas na blogosfera.
Gabriel Tonobohn escreveu: "Jornais e revistas online têm um objetivo, que é de apenas informar. Blogs, além disso, dão opinião e possibilitam uma discussão dentro do seu espaço, junto ao leitor. É por isso que muito desses jornais também possuem blogs. Inclusive o próprio Estadão". Luciana Monte complementou: "Em regra, o blogueiro escreve sobre o que tem vontade. Blogueiros não obedecem a um editor-chefe, não têm pauta pré-determinada e seus artigos não sofrem sucessivos cortes para se ajustarem à linha editorial do veículo que paga o seu salário".
Para arrematar, Eduardo Fernandes divulgou hoje em seu blog o banner de uma contra-campanha contra o Estadão (estampado no alto deste post), qualificando a propaganda de "mico do ano" e sugerindo slogans como "Se eles são preconceituosos assim com os blogueiros, imagine com as outras notícias", ou "Não anuncie com quem promove o preconceito".
Não dá pra entender por que o Estadão, que hospeda diversos blogs em seu site, muitos deles merecedores de leituras diárias, como os escritos por Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin e Livio Oricchio, aceitou assinar embaixo de uma campanha que, além de despertar uma polêmica boba, ajudará a perpetuar sua imagem de jornal sisudo e conservador.
Por certo colaboradores do Estadão, como Alexandre Matias, editor do caderno Link, e Pedro Doria, colunista do jornal, ambos blogueiros há longa data, devem ter torcido o nariz para esta campanha, que fomenta a falácia de que a mídia tradicional e os blogs deverão se digladiar (diga-se de passagem: ambos, Matias e Doria, concederam excelentes entrevistas a Julio Daio Borges do Digestivo Cultural).
Repórteres multimídia, jornalistas heavy users de agregadores de feeds e sites de crowdsourcing, blogueiros apurando informações feito os bons e velhos chefes de redação, armados de câmeras digitais, ética, responsabilidade e interatividade com seus leitores.
Fonte:Interney